sábado, 11 de março de 2017

O latifundium escravista romano

O latifundium escravista romano

Tema: História Antiga

de Marco Magli

O desenvolvimento do latifundium escravista se dá a partir da expansão de Roma, após as Guerras Púnicas (264a.C -146a.C). Essa expansão territorial que ocorreu por meio de combates com outros povos e cidades. Quando Roma era vitoriosa, muitas vezes além de pegar as terras do inimigo, ainda o fazia um escravo de guerra. Muitos desses escravos eram destinados a trabalhar nos latifúndios. Por isso, a expansão de Roma é também o começo do latifundium escravista em grande escala.

Para Perry Anderson, um historiador marxista, autor de “Passagens da antiguidade para a Idade Média”, o latifúndio era um meio de produção com complexas relações de produção nele. Para ele: “(...)todo potencial do modo de produção escravo foi demonstrado pela primeira vez em Roma.” (ANDERSON, 1991, p.60).

Segundo o autor, a oferta de escravos era tão alta em Roma que, eles não ficavam somente destinados à agricultura e pecuária nos latifúndios, cerca de 90 por cento dos artesãos eram cativos. De 225 a.C até 43 a.C a população de escravos de Roma aumentou em 2.400.000 enquanto, nesse mesmo período a população de homens livres em Roma cresceu apenas em 100.000, estima Brunt. Esses dados mostram como existiram de fato as condições materiais para o estabelecimento do latifundium escravista como um principal modo de produção, no principal setor da economia romana, a produção alimentícia.

Em suma, é possível ver como a expansão romana foi fundamental para a colocação do latifúndio escravista como pilar central da economia de Roma. Além disso, compreende-se que o latifúndio foi fundamental para o estabelecimento do Direito Romano, tema amplamente estudado. Estes conceitos jurídicos foram criados para a regulamentação de contratos e permutas entre cidadãos, ou seja, a produção alimentícia romana, graças ao latifúndio, foi capaz de expandir-se tanto que foi preciso criar leis que regugalessem estas atividades. Assim, é importante lembrar ao final do texto que os latifúndios romanos são essenciais para compreender processos de produção e as relações de produção no seio de Roma.

Bibliografia:
ANDERSON, P. Passagens da antiguidade para a Idade Média. 3.ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

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