PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
ANÁLISE DO HISTORIADOR LATINOAMERICANO: VIDA E OBRA
SERGIO GUERRA VILABOY
Marco Magli (RA00180650)
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
AMÉRICA III
SÃO PAULO – SP
2018
Nasceu na cidade de Havana em 11 de agosto de 1949. É formado em História pela Universidade de Havana e PhD em Filosofia pela Universidade de Leipzig (Alemanha). Atualmente é Professor Titular (Professor), Chefe do Departamento de História e Presidente da Cátedra "Eloy Alfaro" da Universidade de Havana.
Ele também é presidente da Associação de Historiadores da América Latina e do Caribe (ADHILAC) e sua Seção Cubana. É vice-presidente do Tribunal Nacional Permanente da República de Cuba para a concessão de doutorados em História. Representou a Universidade de Havana na Cátedra Ibero-Americana de História, criada pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e no Projeto Tuning para a América Latina, patrocinado pela União Européia. Secretário Executivo do Grupo Nacional da República de Cuba para a comemoração do Bicentenário da Independência da América Latina.
Ele é vice-diretor do American Journal of Debates Casa de Estudos Fernando Ortiz em Havana e coeditor de Chacmool, pastas de trabalho cubano-mexicano publicado em Merida (Yucatan) Mexico. Pertence aos conselheiros para o Editorial de Ciências Sociais (Cuba) e Ulua (México), Pesquisa e Desenvolvimento conselho (Colômbia) revistas e Ko-Eyu Latinoamericano (Venezuela), Contexto Latino-Americano (Ocean Sur), o Anuário Integração da América Latina e Caribe (México), História, debates e tendências (Brasil) e os periódicos digitais Caliban (Cuba) e Ariadna Tucma (Argentina). De 1974 a 1994, foi chefe do Departamento de História da América e Vice-Reitor da Faculdade de Filosofia e História, além de diretor do Departamento de História (1994-1995) da Universidade de Havana.
Também entre 1990 e 1999, ele serviu como presidente da Comissão Nacional de Planos e Programas da Carreira de História na República de Cuba. Lecionou em várias instituições, incluindo o Instituto de História da Academia Russa de Ciências, Universidade de Leipzig e Colônia (Alemanha), a Universidade de Santa María de Venezuela, a Universidade Central da Venezuela, Universidade Pedagógica Experimental Libertador (Venezuela), o Centro de Estudos Latino-Americanos Rómulo Gallegos (Venezuela), a Universidade de Buenos Aires e o Centro Cultural Floreal Gorini (Argentina) Cooperação, da Universidade de Brasília, o Memorial da América Latina e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Brasil), a Universidade Central do Equador e a Universidade Andina Simón Bolívar (Equador), Universidade Quintana Roo (México), as universidades do Norte (Barranquilla) e Magdalena (Santa Marta), na Colômbia, na Universidade Nacional da Costa Rica, a Democracia global e Desenvolvimento (FUNGLODE) da República Dominicana Foundation e universidades Espanhol de Cádiz, Vigo, Huelva, Santiago de Compostela e Complutense de Madrid.
Ele também ofereceu cursos de pós-graduação na Universidade do Panamá (Panamá) na Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, na Universidade Veracruzana, da Universidade de Sonora (México, no Arquivo Geral da Nação na República Dominicana Foi candidato a doutorado na Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) e foi Assessor Internacional do Projeto Colciencias (Colômbia) "Natureza das Relações Exteriores entre Colômbia e Cuba 1960" -1993".
Publicou mais de trezentos artigos e ensaios sobre a história da América Latina em vários periódicos nacionais e internacionais, além de oito brochuras e 11 livros, além de 16 outros como co-autores.
Publicou mais de trezentos artigos e ensaios sobre a história da América Latina em vários periódicos nacionais e internacionais, além de oito brochuras e 11 livros, além de 16 outros como co-autores.
Entre seus trabalhos publicados também incluem: “Artesãos na revolução latino-americana. Colômbia, 1849-1854” (Havana, 1991 Bogotá, 2000); “Paraguai: independência a dominação imperialista. 1811-1870” (Havana, 1984); “Etapas e processos da história da América Latina” (México, 1997); “América Latina e a independência de Cuba” (Caracas, 1999); “Uma Breve História da América Latina” (Havana, 2006 e 2010), “Ernesto Che Guevara” (Caracas, 2007) e “Cronologia do Bicentenário” (Havana, 2010).
Em seu livro, “Cinco séculos da historiografia da América Latina” (México, 2002, Havana, 2003 e 2009), foi conferido em 2002 o "Prémio para o melhor resultado na direção de estudos fundamentais de Ciências e Humanidades" pela Universidade de Havana e em 2010 ganhou menção no Prêmio da Crítica da Ciência e Tecnologia. Seu trabalho “Lutas sociais na emancipação da América Latina” (tem seis edições: México, 1993, Bogotá, Havana 2000, 2000, 2002, 2003 e 2007), ganhou o Prêmio Anual Científica para o melhor livro publicado durante o 1993-1994 concedido da Universidade de Havana e em 1995 recebeu o prêmio de "resultados de pesquisa relevantes a nível nacional" pela Academia de Ciências de Cuba.
Em 2002 e 2006 ele foi selecionado como o pesquisador mais destacado da Universidade de Havana e em ambas as datas ele também foi premiado com a Distinção Especial do Ministro do Ensino Superior por seu notável trabalho científico. Em 1983 ele recebeu o Concurso Prémio Literário Ensaio em 13 de março na Universidade de Havana para as lutas sociais de trabalho e os partidos políticos na Guatemala (publicado em Havana em 1984 e reeditado em atualizado pela edição Universidade Nacional da Costa Rica 2013) e em 2010 o Prêmio Extraordinário Bicentenário de Emancipação Hispano-Americana, da Casa de las Américas, pelo seu livro “Play with Fire. Guerra social e utopia na independência da América Latina” (Havana, 2010).
Ele recebeu prêmios para a educação cubana e "Rafael María de Mendive", bem como o aniversário Memorial 260 da Universidade de Havana e "José Tey" Medalha e Vanguard Nacional da União dos Trabalhadores em Educação ( 2003 e 2010). Em 2004, a Direcção Provincial de Cultura da Cidade de Havana concedeu-lhe o reconhecimento "Tropical Gitana" e o Conselho de Estado da República de Cuba deu-lhe a ordem Frank País. Em 2008, ele recebeu a medalha de 280 anos da Universidade de Havana.
A obra de Vilaboy vai no sentido de produzir uma história que está alinhada com aspectos clássicos e modernos da história. Dos aspectos modernos vale ressaltar a importância dada pelo historiador à chamada História Pública, ou seja, pela divulgação dos conhecimentos e discussões acumulados pela academia ao público “leigo”.
Já nas referências clássicas, o autor pode estar destacado dentro do campo do marxismo latinoamericano. Assim ele mesca este método de análise histórico com quase 200 anos de tradição com a modernidade das discussões recentes sobre História Pública.
Em sua obra “A Nova História Mínima da América Latina”, o historiador surge com novos conceitos, sem florear muito na linguagem acadÊmica, nem fazer um trabalho extremamente preocupado com detalhes de ordem mais das “curiosidades”, nem prendendo-se as aspectos puramente políticos e econômicos. Na verdade o autor tenta estabelecer um pluiriamericanismo, sem se esquecer das particularidades históricas de cada povo e região, mas também fazendo o esforço de amarrá-las com teorias que possam servir de arcabouço metodológico para uma visão de totalidade do continente.
Estas ideias todas estão contidas no subtítulo do livro que é: “Uma biografia do continente”. Assim, Vilaboy vai dos povos originários, passando pelos períodos coloniais, até chegar nas independências e terminando em uma análise das revoluções cubanas e do processo em curso na Venezuela. Dessa forma o autor se preocupa em amarrar temas, espaços, discussões e problemáticas de maneira orgânica.
Este livro, portanto é fundamental para a atualidade. Isso pois, ele apresenta uma boa visão panorâmica da história do continente, algo que se perde cada vez mais com os cursos superiores de história (e outros cursos), que conforme o passar do tempo vão se tornando defensores de recortes e fragmentações que não permitem uma compreensão global de uma realidade histórico-material. Assim, esta obra vai na contramão dos academicismos e distâncias universitárias atuais. Sendo assim é uma obra fundamental, pois pode ser lida e aprovada por desde historiadores profissionais, estudantes de história e leigos curiosos. Ele também apresenta uma linguagem coloquial que não gera simplismos.
Destarte, Vilaboy é um dos historiadores mais importantes da América Latina nos dias atuais. É uma pena que sua obra não seja tão reconhecida e trabalhada no Brasil como é em nossos países vizinhos.
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