sexta-feira, 10 de julho de 2020

Resumo do Filme “Que viva México” (1932) de Sergei Eisenstein

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS





Resumo do Filme “Que viva México” (1932) de Sergei Eisenstein 




Marco Magli (RA00180650)




Profa. Dra. Yvone Dias Avelino
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
AMÉRICA III
SÃO PAULO – SP
2018

O filme “Que viva México!” (1932) de Sergei Eisenstein é um dos filmes mais importantes para a história do cinema mundial. Seu diretor, Eisenstein, é um dos nomes mais importantes do cinema mundial. Ele não apenas inovou o aspecto conceitual e toda discussão teórica por trás da montagem cinematográfica, como foi também um grande teórico do cinema.
Entre suas obras, talvez as mais famosas sejam “O encouraçado Potemkin”, “Alexandre Nevski” e “Que viva México”. Contudo, este último, o filme que agora faremos reste resumo, juntamente com “O prado de bejin”, são duas obras inacabadas do diretor. 
Dessa forma, devemos partir já da ideia de que não é um filme montado por Eisenstein, mas sim montado apenas em 1979. Isso significa, mais de 30 anos após a morte do cineasta russo. 
Apesar da montagem seguir o roteiro original da obra ainda faltam trechos que não haviam sido gravados. A filmagem de “Que viva México!” durou cerca de 3 anos e teve d e ser interrompida por problemas relativos a verba.
O filme seria uma espécie de documentário com atores que retrataria a cultura mexicana desde os primórdios das civilizações lá estabelecidas até a Revolução Mexicana. É importante dizer que o filme estava sendo gravado 10 anos após a vitória da Revolução Mexicana. Assim como a Revolução Russa, apoiada também por Eisenstein, um diretor e militante que sempre se postou do lado dos oprimidos na História.
O filme em sim se inicia mostrando uma cena das construções Astecas e lembrando que o méxico sempre foi constituído de pedra e pessoas. Ou seja, ou diretor, e também autor do texto, ambos Eisenstein, dá valor aos povos originários do méxico desde suas primeiras cenas da película. Estas cenas iniciais mostram também um funeral, um ritual de morte.
Todo o filme é filmado em preto e branco, em embora as tecnologias fílmicas ainda não fossem muito desenvolvidas, todas as imagens são muito artísticas. Os planos são sempre sincronizados com uma música clássica que aguarda aspectos da música centroamericana folclórica.
O filme não retrata uma cultura formal ou “elevada” mexicana, mas entende a cultura muito ligada ao modo de vida. Além disso, a narração é sempre feita por um narrador em terceira pessoa, observador, que mostra aos olhos de um público estranho àquelas práticas socioculturais parte do cotidiano de populações mexicanas.
Em uma cena, são contrastadas as práticas de festividades populares com a Igreja Católica. A mescla e o sincretismo cultural e religioso são aspectos que fascinam o diretor soviético. 
A representação da morte no começo do filme, com a cena de um funeral sendo mostrada ao espectador. Assim se volta sempre a dialogar com a alegoria da morte reverenciada pela cultura popular mexicana. 
Outra questão importante presente no filme é a participação feminina. Assim como nas revoluções, a Russa e a Mexicana por exemplo, a participação feminina nos filmes  de Eisenstein eram muito superiores aos diretores da época. Mostrando-se novamente ao lado dos oprimidos e explorados e dando um papel importante para que atrizes pudessem atuar. 
Além disso, o filme com mais mulheres, principalmente neste período e sobre este tema, mostra como o autor lida com a sua noção de cultura, apresentada em sua obra. Há uma sequência de cenas em que o diretor mostra aspectos da vida no deserto intercalados com aspectos do coronelismo.
O filme no final passa a retratar aspectos violentos, da vida entre o coronelismo mexicano. Retrata também as condições de vida das pequenas vidas do interior. Por fim o filme se encerra com uma contradição aparente que sempre volta ao centro do enredo.

As cenas finais ocorrem após as cenas de violência. A contradição aparente é a interposição de imagens de guerra, com a festa da morte. Esta festa do Día de Muertos é representada por uma cena extremamente animada, uma das mais velozes de todo o filme. Deixando assim por fim, a sensação da morte com a felicidade, aspecto cultural importante para os mexicans e que muito tem a ver com o contexto social que se via naquele país e no mundo no momento.

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